quinta-feira, 10 de março de 2016

A SOGRA

Não quero começar falando sobre uma pessoa má ou boa. Mas a verdade é que ela me ajudou muito e me ensinou muito sobre ser tranquila e resolver problemas com serenidade. Aprendi ser mãe, melhorei minha vida profissional já que sou professora.

Não sei como escrever. Perdi o jeito, parece que as letras e as palavras fugiram de mim. Eu as procuro e não encontro. Então, estava falando da sogra. Morei com ela durante oito anos e foram bons. Durante este período consegui adquirir um apartamento popular e um terreno em que estamos construindo uma casa, que provavelmente não morarei nela. Tive duas filhas, razão da minha vida.

Às vezes fico pensando como a gente pode fazer tanta coisa em tão pouco tempo! Em oito anos da minha vida minha sogra teve uma participação bem maior do que meus familiares, minha mãe e meu pai.
Hoje ela mora comigo. Eu costumo dizer o seguinte: "Minha casa, minhas regras." Sempre respeitei a casa dela e as suas regras. Eu não gosto de plantas dentro de casa, ela sempre teve uma floresta, eu chamava assim. Teve passarinho, eu tenho alergia das suas penas.

Percebi que toda vez que eu cozinhava, ela deixava minha comida na geladeira até estragar, e fazia outra. Então resolvi que uma cozinha não é para duas mulheres,  logo, parei de cozinhar, tudo bem, eu não gosto de cozinha.

Em outra ocasião, percebi que ela pegava as roupas do meu marido do varal e lavava outra vez. Então tomei a decisão de separá-las antes de lavar para termos gastos duplos e desnecessário.

A sogra é uma mãe muito defensora de seu filho independente dos motivos de nossos desentendimentos. Neste caso sempre perdi, porque não sou do tipo que saía falando para meus pais essas picuinhas de casamento. Sendo assim, eu não tinha defesa, não importava o motivo e se eu tinha razão ou não. Não eu nunca fiquei magoada com ela, ela é mãe e age como tal. Por mais que meu marido esteja errado, ela sendo mãe, e como tal está sempre correta. Eu a respeito muito. Uma das coisas que não abri mão, desde o início do casamento é que me privem de minha liberdade.

Considero-me um pássaro livre e não gosto de dar satisfação de entradas e saídas e pedir permissão para fazer o que quero. Gosto de voar para onde quiser e pousar aonde quiser. Sempre fui assim e sempre serei.

Hoje sendo eu que tenho que lhe oferecer a comida e os cuidados, seguirei as minhas regras, o meu jeito de  ser e de fazer. Espero ser respeitada como a respeitei. Caso contrário, não faço milagres,

Concluindo, gosto da minha sogra, não a venero, mas admiro sua simplicidade e até sua ignorância (falta de conhecimento), mas é uma Lady. Obrigada por sua existência e parabéns por seus  93 anos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário